Um filme feito
de fãs para fãs, Os Vingadores chegou aos cinemas para delírio dos
inúmeros admiradores de HQs, da nova e velha geração. Alguns
questionamento surgiram durante a pré-produção do longa-metragem, e um
deles é se poderia ocorrer uma saturação quanto ao desempenho dos
personagens, tendo em vista o grande time de heróis para dar destaque em
apenas duas horas. Para surpresa de todos, Joss Whedon conseguiu
dirigir o filme de forma sublime. Todos apareceram e tiveram seus
momentos dentro da trama.
A Marvel
conseguiu reunir neste filme um time de peso. Temos o Capitão América,
com a missão de liderar os demais heróis, O Homem de Ferro mantendo a
sua genialidade somada ao seu bom humor (por vezes negro) e Thor, que
vem para deter a ameaça apresentada por seu meio-irmão Loki. Para
quebrar, esmagar e não deixar pedra sobre pedra, temos o inigualável
Hulk. E, fechando o time, os agentes da SHIELD, Viúva Negra e Gavião
Arqueiro. Tudo orquestrado pelo General Nick Fury.
Apesar de
tantos heróis e atores para dividirem o papel de protagonista, isso não
atrapalha o andamento do filme. O inicio é destinado a apresentar a
ameaça e a formação do grupo de heróis. Mas, todo fã de HQ, sabe que
mesmo nos quadrinhos, os heróis jamais se entendem no inicio. Uma guerra
de egos ocorre, até que todos entendam que devem se unir para deter um
inimigo em comum. A fidelidade com os quadrinhos é talvez um dos pontos
fortes.
A parte técnica
tem destaque para as locações, efeitos especiais e caracterizações.
Quando o filme dos X-Mens foi lançado, optaram pelo uso de vestimentas
pretas para os heróis, a fim de evitar uma coloração exacerbada. Em Os
Vingadores, a coloração é visível. Thor, Capitão América, Homem de Ferro
e Hulk mostram suas cores sem repúdio. Seria caricato na vida real, mas
falamos de um filme que tenta ambientar as histórias em quadrinhos.
Inúmeros fãs clamavam por uma obra dessas. Para quem lia e lê, o filme
se representa como uma obra prima. Para quem não lê, talvez estranhe,
mas deve entender que o filme foi feito para os leitores das HQs,
afinal, temos cinco décadas de histórias bem representadas na trama do
filme.
As atuação de
destaque é de Robert Downey Jr. (Homem de Ferro) e de Samuel L. Jackson
(Nick Fury). Ambos incorporaram os personagens com maestria, assim como
Tom Hiddleston (Loki). De todas as adaptações feitas com o personagem
Hulk, a de Mark Ruffalo foi sem dúvida a melhor. Jeremy Renner (Gavião
Arqueiro), Scarlett Johansson (Viúva Negra) e Cobie Smulders (Maria
Hill) não comprometeram, mantendo uma média considerável. Chris Evans
(Capitão América) e Cris Hemsworth (Thor) estavam pouco a vontade com
seus personagens.
Outro ponto que
vale nota é como as cenas de ação conseguem ser grandiosas, e ainda
assim, sem perder a essência de focar os personagens. Não se pode
esquecer o destaque dado ao agente Coulson (Clark Gregg). Ele assume o
papel de muitos fãs, só que dentro do filme. Ao ver todos aqueles heróis
reunidos, o agente demonstra uma empolgação que só pode ser
compreendida pelo público. Clark Gregg foi uma espécie de homenagem a
todos os fãs, e ao mesmo tempo, representou o estopim para a união
definitiva de todos os heróis.
O filme não
possui uma trama intrincada, tão menos um roteiro genial. Mas
seguindo os seus propósitos, cumpre seu papel, de mostrar uma legítima
aventura de super-heróis unidos, contra um grande mal que ameaça o
mundo. Mesmo entre tantos clichês, os fãs de histórias em quadrinhos
podem finalmente morrer em paz.
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